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  • Foto do escritorInterschool Brasil

Amar é estabelecer fronteiras

Estamos vivenciando dias atípicos em nossa rotina. Os cantos da casa agora são salas de aula também. E diante de tantas mudanças, nossas crianças e adolescentes precisaram se adaptar na hora dos estudos. Manter o foco em meio a tantos estímulos concorrentes como: televisão, vídeo game, redes sociais, chats e outros não é uma tarefa nada fácil.


Neste momento é primordial repensarmos a questão dos limites. A escola é uma grande aliada e buscamos sempre trabalhar em parceria. Porém, a base na construção dessas ¨ fronteiras ¨ que demarcam o que é permitido ou possível fazer e o que não é, precisa ser estabelecido pela família. Os pais/responsáveis devem se apropriar da autoridade que têm e exercê-la com diálogo e afeto.


Seria em vão uma professora conseguir com que o aluno não use o chat de forma inapropriada durante a aula, se em casa a criança faz somente aquilo que é do seu desejo. Enquanto escola, queremos ajudar as famílias, mas se faz necessário complementar forças e precisamos estar certos de que cada um está assumindo seu papel.


As regras precisam ser ensinadas com sabedoria. É preciso estabelecê-las claramente. Você espera que o seu filho saia do vídeo game para estudar? Então deve dizer e reforçar este comportamento para que ele seja incorporado no repertório da criança. Quando isso ocorre, a sua fala se transforma em uma regra, inclusive quando você não estiver presente.


Vejo pais que precisam implorar e chamar mais de dez vezes para conseguir que o filho vá tomar banho por exemplo. E o desfecho acaba sendo, pais desgastados que por fim cedem e deixam as crianças fazerem suas vontades prevalecerem por ser um caminho aparentemente mais fácil. Com isso, os filhos percebem que as regras perderam a força e que vencem pelo cansaço.


Outro possível cenário são pais com acesso de raiva e estresse que precisam gritar e se descabelar para que a criança atenda o que foi solicitado, deixando a situação insustentável e mostrando para nossos pequenos e adolescentes que é no grito que se consegue as coisas.


Quando uma nova regra é estabelecida pode causar um desconforto até ela ser ajustada e incorporada. Verifique se a regra não é rígida demais, se a expectativa não está fora do que é possível. Analise possíveis ajustes antes de estabelecer o combinado. Por exemplo, se você sabe que seu filho adora determinado programa de TV que passa às 20:00 h é melhor acordar que o horário de dormir seja após a programação. Assim evitamos que os combinados sejam burlados.


Regras podem ser revistas, mas não burladas! Não adianta você dizer para o seu filho que ele deve fazer a tarefa da escola antes de jogar vídeo game e todos os dias ele ter uma desculpa, ou por falta de supervisão sua ele acabar jogando antes. Ou se muda ou se retira a regra, senão o que você estará ensinando é que combinados podem ser quebrados.


Se você estabelece uma regra como ¨Você pode jogar vídeo game por uma hora¨. Também se deve estabelecer uma consequência, isto é, ¨Se você não cumprir o combinado, amanhã não terá o vídeo game¨.


Estabelece-se uma regra lógica, explica-se o motivo pelo qual ela precisa ser cumprida e no caso das crianças um pouco maiores já é possível que ele fique com a decisão de cumprir ou não, já ciente do que pode acontecer de acordo com a escolha dos pais. É imprescindível ser consistente e cumprir a consequência estipulada, senão a regra perde a força e sentido.


Dar limites é um dos maiores atos de amor, é dar a chance de criarmos seres humanos melhores e mais preparados para a vida. Vamos recordar?


1. As regras devem ser sempre claras, consistentes, realistas e apropriadas à idade da criança.


2. Deve haver supervisão e monitoria dos pais até que estejam estabelecidas no repertório da criança.


3. Pense qual o objetivo que você quer atingir e o que o seu filho precisa para se sair bem nessa situação.


4. As regras precisam ser específicas e claras; melhor dizer ¨você deve cumprimentar as pessoas no elevador¨ do que dizer ¨seja bonzinho¨. 5. Sempre explique o motivo para uma regra.


6. Regras devem ser repetidas. O que pode acontecer se você desligar a câmera durante aula?


7. Seu filho pode até não gostar da regra estabelecida, mas vai entender que são os pais e professores que as determinam. Sempre que possível e viável a criança pode participar do processo de construção desses combinados. Mas lembre-se, existem coisas que não são negociáveis.


8. Seu filho não é um robô, ele desafiará você, seja firme!


Verônica Furtado

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